sábado, 28 de junho de 2008

A LUZ NO HOSPITAL


A LUZ NO HOSPITAL

por Caio Fábio - http://www.caiofabio.com

Na minha última estada no Ceará, por ocasião do Encontro de Estações do Caminho da Graça, tive a chance de rever um primo muito amado, sua esposa e filhos, bem como gente boa e amiga do lado da esposa dele, e que já eram meus amigos mesmo antes de os dois encontrarem-se para namorar há cerca de trinta anos.

Em meio às nossas conversas eles contaram-me algo lindo. Disseram-me de como uma de suas filhas adoecera de modo mortal. Depois de dias em coma na UTI veio a noite da morte. O médico dissera que daquela noite a menina não passaria. Ela, a mãe, estava de joelhos ao lado da cama, orando.

Naquela última noite, ela, a mãe, sentiu desejo de orar comigo, e, tendo ligado para os meus pais, me encontrou pregando em João Pessoa. Contou-me tudo. Depois, disse-me ela que eu lhe disse que médico nenhum dizia a última palavra sobre nada, e que ela cresse que o Senhor é quem diz a última palavra. Ela me disse que creu e teve paz.

A seguir ela contou que uma luz invadiu o quarto. Intensa e serena ao mesmo tempo. Ela ficou acalentada pela serenidade daquela presença. Nem sequer levantou os olhos.

Ficou quieta e em silêncio. Chegou meu primo. À época ele ainda não cria no Senhor. Então ela continuou calada. Mais um pouco e chegou uma amiga de Manaus, discípula de Jesus. Ora, cansada, embora agora cheia de uma indizível esperança, saíram para tomar um ar enquanto a amiga ficava com a filhinha deles.

“Corram, corram!...” — gritava a moça.

“Uma luz no quarto!... Uma luz no quarto!” — bradava ela.

Foi aí que a mulher de meu primo disse a ela que vira a mesma coisa meia-hora antes de ambos chegarem.

Então chegou o médico crendo que ficaria só um pouco a fim de atestar o óbito. A menina, porém, do nada se pôs em pé e pediu para ir ao banheiro depois de dias em coma. Foi, fez xixi e voltou a dormir. Os pais e a amiga choravam. O médico sacudia a cabeça e dizia nunca ter visto aquilo, e, sobretudo, queria saber o que era aquilo que ele vira. A mulher de meu primo contou a história para total estupefação dele e de todos os demais que para o quarto haviam afluído.

Faz dez anos!

A menina hoje é quase uma mulher adulta!

Deus é bom e misterioso, e ninguém pode dizer o quê, como e quando Ele decide fazer as coisas de Sua amorosa Soberania.

Conto isto a você para que em sua própria vida a sua alegria seja completa.


Nele, que visita os homens com Luz e Graça,


Caio

26/06/08

Lago Norte

Brasília

DF

terça-feira, 24 de junho de 2008

A GENEALOGIA DA ESPERANÇA HUMANA!


A GENEALOGIA DA ESPERANÇA HUMANA!

por Caio Fábio - http://ww.caiofabio.com

Se seguirmos as seqüências bíblicas, tudo começa num jardim. De lá se é expulso, e, assim, começa a História: fora do jardim.

Agora a preocupação é tirar da terra o pão. Em seguida percebe-se que a humanidade de súbito cresce e se complexifica, e isso num ambiente estranho, no qual há gigantes e uma insinuação acerca de anjos que se misturam com mulheres. Por tal ocorrência os humanos se pervertem e vem o Dilúvio.

Assim, a humanidade registrada pela Bíblia recomeça sua jornada a partir de Noé e seus filhos: Sem, Cão e Jafé. De Sem procedem os semitas, grupo do qual Abraão é originário, de Ur do Caldeus, na Mesopotâmia.

Em Abraão a “humanidade” é esquecida como um todo, e a história se concentra no veio semítico que tem em Abraão seu representante nas narrativas da Bíblia. Os demais povos só interessam como “gente do lugar”. Abraão se faz errante, caminhante, nômade, e, portanto, hebreu: aquele que cruza...

Assim é dito que sua descendência é feita escrava no Egito e que de lá saiu 430 anos depois, pelas mãos de Moisés, e peregrinam pelo deserto por 40 anos, até que morre toda aquela geração, incluindo Moisés; e, pelas mãos de Josué, os Hebreus entram na Terra Prometida: terra de cananeus, heveus, gebuseus, amorreus e enaquins, entre outros.

A terra é apenas “em parte” possuída por eles. Vivendo em estado de conflito, Deus lhes suscita juizes, que são apenas “homens da hora”, mas não há governo institucional de nenhuma natureza a uni-los.

Eles olham os povos à volta e pedem que o profeta Samuel lhes consiga um rei. Samuel é contra. Ele queria que Deus reinasse sobre eles. Mas Deus mesmo disse a Samuel que não era o profeta quem estava sendo rejeitado, mas Ele. Assim, depois de explicar como o rei teria poderes e privilégios que tornariam a sociedade injusta nas suas distribuições de renda e poderes, Samuel encontrou Saul. Mas como o coração de Saul enlouqueceu e surtou com o poder, Deus lhes proveu um novo rei, chamado Davi.

Em Davi a narrativa se foca ainda mais num nível especifico: a prevalência de Judá, tribo de Davi, sobre as demais. De Davi em diante os hebreus vão se tornando a nação de Israel. Em Salomão, filho de Davi, os antes hebreus agora já possuem um rei e um templo-estado.

É pelo surto de idolatria, grandeza e poder manifestos pela insensatez do sábio rei Salomão que o reino da casa de Davi é dividido. Há o "racha": dez tribos se ajuntam ao norte, no reino de Israel, e as duas do sul, Judá e Benjamim, passam a formar o reino de Judá. A preeminência religiosa e cultural do reino de Judá, ao sul, é óbvia na leitura da Bíblia.

Nesse ponto começam a pipocar profetas, levantando-se, em geral, contra o rei e contra o Templo e aquilo que ele estava significando religiosa e politicamente. Os reis se tornaram idólatras e perversos. E o templo, um lugar de poder político e de perversão da fé, existindo apenas para cumprir ritos.

Então, por tais coisas, tanto o reino do norte como o reino do sul, a seu tempo, são levados para o cativeiro. Os do reino norte voltaram “misturados”, e acabaram por se tornar “os samaritanos”. Já os do reino sul, tiveram assistência exortativa, consoladora e profética de alguns profetas dentro e fora do cativeiro, o que os ajudou a voltarem mais “integrais” à sua terra, 70 anos depois.

Daí para frente, Israel nunca mais viveu em autonomia. Estiveram sob todos os impérios tiranos da terra. E quando Jesus veio ao mundo, eram os romanos que davam as cartas no planeta.

Então, em meio a um povo que cria ser o mais especial do mundo, e que aguardava sua libertação e o cumprimento de todas as palavras dos profetas, os quais garantiam que se Israel deixasse os ídolos, e se convertesse a Deus, o Senhor lhe enviaria o Libertador, o Messias, apareceu Jesus de Nazaré.

“Ele veio para o que era Seu, mas os Seus não o receberam”.

No entanto, Jesus não tentou “ajudar” quanto a ser compreendido. Não se vê, da parte Dele, nenhuma tentativa de didaticamente “demonstrar” como as profecias também tinham Nele seu cumprimento. E às questões que lhe são postas, a maioria delas irresistíveis para qual ser humano que tivesse o que dizer e explicar, ou mesmo facilitar, são respondidas por Ele ou com outras questões ou apenas por parábolas.

Assim, o modo de Jesus tratar a questão revela completamente o modo de Deus ser em relação às questões levantadas na História.

Ele diz que é a Verdade, e não divaga filosófica e teologicamente sobre o tema. Perguntado sobre o que era a Verdade, Ele apenas olhou fundo nos olhos de quem indagava: Pilatos. Ele —Jesus— era a Verdade. Se tentasse explicá-la, Ele a mataria e a tornaria num sistema filosófico. Assim, para Ele, era uma questão de ver ou não ver, mas não de explicar. A Verdade não era explicável, do ponto de vista de Jesus, mas apenas discernida pela fé; ou seja: era uma revelação.

O modo como Jesus trata a questão da História e do futuro da humanidade também acontecem em total paradoxo.

Por um lado, Ele manda viver em paz, confiar, se alegrar, fazer o bem, curar, dar copos d’água, abrigar, hospedar, levantar o caído, abrigar o estrangeiro ou o estranho, visitar os doentes, buscar justiça para os injustiçados, fazer a paz entre os irreconciliados e anunciar que Deus estava reconciliado com os homens, Nele.

Porém, por outro lado, Ele diz que o futuro é cheio de convulsões, de guerras, de revoluções, de nação contra nação, de contorções naturais, de terremotos, de tsunamis, de fumaceira que cobriria o sol e a lua, de sangue nas estrelas... Enquanto isso, muitos se diriam “o Cristo”, e, também, a fé genuína Nele iria desaparecer da Terra. Somente depois de todas estas coisas é que o Filho do Homem volta com as nuvens dos céus, e o reino de Deus toma forma visível na Terra.

Desse modo, em Jesus, a História é experimentada como paradoxo para os Seus discípulos, os quais lutam pelo bem na terra, mas olham para algo que só pode se materializar na terra se Deus vier reinar nela e se a morte for abolida como sinal da corrupção humana.

Assim, em Jesus, temos uma escatologia demonstrada como factível em razão de sua Ressurreição dos mortos. Se Jesus não ressuscitou, não há esperança para a humanidade, pois, nesse caso, tudo acaba sempre em morte e corrupção. Mas se Ele ressuscitou, então um “fator” novo é introduzido na História, e por tal novo fator é que a escatologia de Jesus, a qual termina com a chegada do que é do Céu na Terra, se torna factível, posto que a História já teria experimentado na Ressurreição de Jesus a abertura desse Portal.

Desse modo, em Jesus, a História Humana é contada até a morte. Porém, é vencida como fatalismo, e nela é introduzida a factibilidade da Nova Jerusalém, a qual pertence à Ordem da Ressurreição.

Pois assim como todos morreram em Adão, assim todos terão a ressurreição em Cristo. Só ficarão fora dessa nova realidade aqueles que a rejeitarem depois de a terem de fato visto. E quando digo “visto”, refiro-me a um critério que só Deus possui. Ou seja: a igreja não sabe quem viu e quem não viu.

Se não tivesse havido a Ressurreição, Jesus seria apenas mais uma estatística histórica, e a História seria apenas uma estatística a se auto-aniquilar na inevitabilidade da vocação suicida que lateja na alma da humanidade.

Nele, que é Senhor da História,

Caio

sábado, 14 de junho de 2008

A última aula: uma lição de vida

A última aula: uma lição de vida

Um professor de ciência da computação nos Estados Unidos descobre que tem um câncer no pâncreas e decide dar uma aula diferente. A aula de despedida. Uma lição de otimismo, uma lição de vida. Uma aula que está emocionando milhões de pessoas no mundo todo.


Um professor de ciência da computação nos Estados Unidos descobre que tem um câncer no pâncreas e decide dar uma aula diferente. A aula de despedida. Uma lição de otimismo, uma lição de vida. Uma aula que está emocionando milhões de pessoas no mundo todo.

Randy Pausch estava no auge da carreira e num dos melhores momentos da vida: 47 anos, aparência jovem, simpático, cheio de energia. Um professor que encantava os alunos.

As fotos com a mulher e os filhos - de 5, 2 e 1 ano de idade - mostram uma família feliz.

Os planos e sonhos desmoronaram quando os médicos deram o diagnóstico, em agosto do ano passado. Randy tem um dos tipos mais violentos de câncer: No pâncreas, um órgão do aparelho digestivo. Viveria - no máximo - mais seis meses. Ele se viu diante da pergunta: o que fazer quando se tem data marcada para morrer?

Randy Paush disse que se fosse um pintor, faria um quadro. Se fosse um músico, teria composto uma música. Como é professor, decidiu dar uma aula. Para os colegas e alunos que lotaram o auditório, ele deu um aviso: não esperem lições sobre como enfrentar a morte. A lição é sobre a vida.

A aula foi um mês depois do diagnóstico. No único momento em que fala da doença, ele compara a vida a um jogo de cartas.

"Não podemos mudar as cartas que nos dão, apenas como vamos jogar aquela mão. E se não pareço deprimido ou abatido como deveria, sinto por desapontá-los. Aliás, estou em excelente forma, estou em melhor forma que a maioria aqui dentro", disse o professor.

E dá uma prova do que acabou de dizer. A aula se chama: "Como conquistar os sonhos de criança". Randy diz que sempre quis flutuar no espaço.

Não se tornou astronauta, mas conseguiu convencer a Nasa a entrar num avião que simula a gravidade zero.

Tentou ser jogador de futebol americano. Também não conseguiu, mas aprendeu uma grande lição no dia em que o treinador não parava de criticá-lo. "Se você está fazendo algo errado e ninguém diz nada, você está perdido. Os seus críticos são aqueles se preocupam com você."

E descobriu que é possível ser feliz mesmo sem realizar os sonhos do jeito que se imagina.

"Se você conduzir a sua vida do jeito certo, os sonhos vão ao seu encontro", afirmou.

Ele se tornou professor - na Universidade Carnegie Mellon, na Pennsylvania - de uma disciplina considerada árdua: ciência da computação.

Na palestra, ele mostra que cativava os alunos. Incentivando a imaginação deles e tentando fazer tudo ser divertido.

“Eu não sei como não me divertir. Eu vou morrer se não me divertir. E vou me divertir todo o dia que me restar".

A mulher dele, Jai, estava na platéia. Randy a usou como exemplo da importância de focar nos outros em vez de olhar só para si mesmo. O dia anterior à aula era aniversário dela, o último que - provavelmente - passariam juntos.

"Eu me senti mal por minha mulher não ter uma festa de aniversário apropriada. E achei legal fazer na frente de 500 pessoas”, disse.

Todos cantaram parabéns. A emoção tomou conta de Jai e da platéia.

Moshe Mahler era um dos alunos que assistiram à aula.

“Minha primeira reação foi perceber que estava ouvindo algo que se tornaria uma referência na minha vida”, contou o aluno.

“Procure o melhor nas pessoas. Talvez você tenha que esperar muito tempo, talvez anos, mas as pessoas vão mostrar o seu lado bom”, diz o professor.

A palestra se tornou um sucesso na internet. Já foi assistida por mais de dez milhões de pessoas e virou um livro. O professor Peter Lee - colega dele - também estava no auditório.

“Não há nenhuma grande revelação ou nova filosofia. Mas uma confirmação de que os melhores sentimentos que você tem sobre o mundo e sobre as pessoas são verdadeiros”, afirmou Peter Lee.

Numa entrevista, Randy disse: "eu não sei viver sem alegria, certo? Então eu estou morrendo e tendo alegria".

Mas revela: "Fico triste quando penso nos meus filhos. É como empurrar minha família para um precipício e não estar lá para protegê-los. Mas estou aproveitando meu tempo para fazer redes de proteção, para que não sofram tanto.

E encerrou a aula dizendo: “Estas palavras não são para vocês. São para meus filhos”.

Randy está fazendo tratamento. Depois de uma breve internação hospitalar, voltou para casa, ao lado dos filhos e da mulher.

Confira aqui trechos da palestra do professor Randy

Matéria do Fantástico (04/05/08)

domingo, 8 de junho de 2008

Um homem que caiu em um buraco...

Porque a religião dificulta a vida?

Porque a religião dificulta a vida?

Mil duzentos e vinte e seis regras de comportamento, seiscentos e treze preceitos, trezentos e sessenta e cinco proibições e duzentos e quarenta e oito mandamentos. Essa era a cartilha, ou se preferirem o R.I (regulamento interno), da congregação farisaica (fariseu = guardião da lei) nos tempos de Cristo.

Ora, não foram propostos por Deus e instituídos por Moisés sobre Israel dez mandamentos? Não é o resumo desses mandamentos, e de toda a lei: amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo?
Estranho, muito estranho. Por que a religião complica tanto a vida? Por que encabrestar o homem é a ação preferida da religiosidade?

A resposta é simples e profunda, a única coisa a qual se opõe ferrenhamente a religião é o viver.
Hoje (25/5/2008) foi anunciado no/do púlpito da comunidade que componho que a partir do mês de junho começará, oficialmente, um jejum de quarenta dias em nosso ministério – até ai, estranho, por ser no ambiente que vivo, e estarrecedor por ser algo muito nobre – porém, o que a principio parecia nobre, tornou-se um absurdo. A continuação do aviso é que serão quarenta dias de jejum de televisão, abstinência de 960 horas da mídia televisiva. Estranho? Muito mais do que isso, deprimente. A proposta não consegui entender, ou melhor, entendi sim, mas prefiro não aceitar, prefiro pensar o melhor. O que eles querem é afastar o povo da TV e aproximá-lo da Bíblia, miserável religião, seus meios jamais justificarão o fim desejado.
Para a religião é mais fácil subtrair do que adicionar, proibir do que ensinar. Quando a religião adiciona, isso é aparente, na verdade ela está oprimindo. O que a religião chama de adicionar, na verdade, é oprimir, exatamente o que fizeram os fariseus, aparentemente tinham adicionado itens à lei que contribuiriam para preservação da alma em sentido horizontal, mas isso só oprimiu o povo.
A pobreza da religião está aqui, e a riqueza de Cristo está em sua proposta amplamente diferente, no reino de Deus não há horizontalidade sem verticalidade, é exatamente a revelação do Cristo crucificado, a cruz é a confirmação da proposta cristã, é o “Deus entregue ao divino” e dado ao povo, tomado pelo Pai e derramado sobre a criação.
A religião não consegue entender o que significa o amor, porque o amor é amplamente anti-religião, a religião é o antônimo da caridade.
Educar, indicar, instruir, admoestar, exortar, esses são os verbos nos quais se impregna o amor, excluir, cortar, expulsar, destruir, esses são os verbos dos quais se encharca a religião.
A vida é o alvo de destruição da religião. Pra religião viver é um absurdo, a religião não admite o existir, tão logo, a proposta de Cristo é o viver. O reino de Deus, revelado e ensinado por Cristo, determina que o viver é a mais “divina” das tarefas da vida.

Fonte: Celebrai