sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O Bom Samaritano


O Bom Samaritano: O Trabalho de quem Descansou - Marcelo Quintela






quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Fiel, fidelidade e nós


Por: Volney Faustini

- Deus é Fiel ...

Apontando para o pára-choque do ônibus, meu amigo lê os dizeres e pede que eu explique.

- Isso não tem explicação. Talvez para o motorista ou o dono, isso seja mais funcional: serve de amuleto.

- Ah sim ... Mas é uma afirmação estranha. Quem veio com essa?

- Dizem que a origem é da Igreja Renascer. O que já revela a Teologia deles, eu respondo, torcendo para que a conversa se encerre.

- E que raios de Teologia é essa que coloca o ônus sobre Deus, e não sobre as criaturas? Ele me confronta.

- É talvez Freud explique – eu retruco. E começo a elaborar um pensamento.

- Volney, vou dizer o que penso como leigo e cara que não quer saber das coisas de igreja. Isso é uma tremenda palhaçada. Quem tem que ser fiel somos nós. O que Deus é, imagino eu, é Ele e pronto. Se Ele quiser Ele faz o que lhe der na cabeça. Agora nós, do nosso lado não podemos, ou não poderíamos agir assim. Até porque se você parte dessa idéia, de que Ele é fiel, então significa que você não precisa ser fiel. E se você for infiel ou fiel – tanto faz – o que o homem acaba fazendo é corpo mole e cair na infidelidade – certo?

- Certo, eu acho que ...

- Então, esse negócio de desviar a atenção do foco do problema, que somos nós: eu, você, eles ... passamos a mirar em Deus. Deus não é a solução desse jeito. Deus é um álibi. Esquecemos de olhar para nós, com os nossos defeitos e imperfeições, e ficamos numa boa, e colocamos nas costas de Deus - já que Ele é fiel, e pode carregar o nosso pêso. Você me entende? E assim Ele vai manter a fidelidade, porque essa característica de Deus ...

- Atributo, eu interrompo.

- ... esse atributo dEle, é um salvo conduto. E eu, como homem, ser humano - seja por atributo,ou por malandragem do homem, eu não vou tocar na questão moral da minha fidelidade. A não ser que ...

- A não ser o que? - pergunto eu muito incomodado com a sua contundente análise.

- A não ser que venha o chaveco da grana. Aí passamos da contrapartida daquilo que queremos que Deus seja - no caso Deus é fiel, condicionante: se! Para exigir do rebanho fidelidade financeira. Eles dizem: 'se você entrar com a grana'. E é nesse momento que eles explicam as letrinhas pequenas do contrato. Eles dizem: você vai ter que ser fiel na grana, porque senão, eu não posso segurar o Homem lá em cima, para continuar sendo fiel! Você percebe o nó?

Fonte: http://volneyf.blogspot.com/2008_10_01_archive.html

Há controvérsias


Gostamos de afirmações categóricas, declarações definitivas e certezas. Não gostamos de perguntas, considerações provisórias, dúvidas, debates e discussões. Gostamos de respostas prontas e critérios claramente definidos. Não gostamos de probabilidades, possibilidades e indicadores relativos. Gostamos de "isso ou aquilo". Não gostamos de "isso e aquilo". Gostamos de "certo e errado". Não gostamos de "nem certo, nem errado", apenas diferente.

Deus é amor. Deus é justiça. Quando, então, devemos agir com amor, e quando devemos optar pela justiça? Exigimos: uma coisa ou outra, categoricamente, sem necessidade de interpretações. Dizer que somente a ação amorosa é justa e somente a ação justa é amorosa deixa margens para mal entendidos e, consequentemente, confusão. Melhor é escolher entre uma coisa e outra; as duas, não dá. Ou amor. Ou justiça.

Talvez por isso sejam poucos os que se aventuram pelas trilhas do discipulado de Jesus. Seguir a Jesus implica abandonar o jugo da lei para buscar a justiça do reino de Deus. A justiça sempre extrapola a lei. O ser humano é complexo demais para que suas ações sejam resumidas a um conjunto de "isso pode e isso não pode". A vida é complexa demais para que tenha suas circunstâncias definidas em termos absolutos por mandamentos, regras e normas de procedimento. A vida não cabe num manual.

Responda rápido: meu filho adolescente não está bem na escola. Devo ser duro na disciplina ou compreensivo nesta fase de conflitos e mudanças? Estou absolutamente convencido de algo, mas minha esposa não quer assumir riscos. Devo seguir em frente e fazer a coisa sozinho ou devo esperar um pouco mais para tentar chegar a um consenso? Meu marido não agüenta mais a pressão no trabalho. Devo encorajar que ele peça demissão e cuide de sua saúde psíquica e emocional ou devo ajudá-lo a superar essa fase difícil, lembrando a dificuldade que é arrumar um outro emprego? Meus pais se intrometem demais na educação que dou aos meus filhos. Devo ter uma conversa franca com a mamãe e arrumar uma tremenda confusão ou devo continuar pedindo ao meu marido que compreenda minha situação e administrar nosso conflito conjugal? Meu amigo me confessou um pecado. Devo contar a quem de direito e forçar a solução da situação ou devo dar a ele o tempo de que precisa para tomar providências – quanto tempo devo dar a ele? Descobri uma falcatrua na empresa. Devo colocar a boca no mundo e denunciar os colegas ou devo ficar quieto, deixando que os responsáveis cuidem do problema? Tenho um ótimo funcionário que compromete o ambiente da equipe. Devo manter o funcionário e sacrificar a equipe ou preservar a equipe e sacrificar o funcionário? Meu pai está em tratamento médico. Devo vigiar rigorosamente seus hábitos alimentares ou devo deixar que ele faça uma extravagância de vez em quando?

Pois é, a vida é assim. As coisas que realmente importam não têm respostas fáceis, nem exatas, nem podem ser padronizadas em conselhos do tipo “faça sempre assim” ou “nunca faça isso”. Tomar decisões é uma arte que carece de boa consciência. E a boa consciência não é aquela que sabe, é aquela que ama. Como bem disse Santo Agostinho, “ama, e faze o que quiseres”, o que significa que quando a gente ama não existe certo e errado, certo? Há controvérsias.

13/5/2008

Fonte: http://www.galilea.com.br/blog.asp

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

QUAL É A VONTADE DE DEUS PARA MIM?

Obviamente a vontade de Deus é de Deus.

Sim! A vontade Dele é Dele; e de mais ninguém.

Jesus disse que comia a vontade do Pai, que se alimentava dela.

Ora, se eu tenho muitas vontades e se as exerço de modo pessoal e incompartilhavel, que não dizer da vontade de Deus?

“Quem conheceu a mente do Senhor?”

Além disso, o que me separa de Deus em todos os sentidos possíveis é infinitamente mais do que o que separa de um organismo mono-celular.

Assim, Deus se revela às amebas como as amebas podem processar.

Ora, o mesmo Deus faz com os homens!

O problema é o surto humano. Sim! O homem crê que é “capaz de Deus”, e, sobretudo, de dizer aos outros humanos qual seja a vontade de Deus para o outro.

A vontade de Deus é uma só: que nos amemos uns aos outros!

Deus não tem planos profissionais para ninguém. Nem de qualquer outra natureza tópica. O plano de Deus, não importando onde eu esteja, é que eu ame e pratique o amor. O resto é insignificante!

É o que Paulo diz quando afirma: “... ainda que eu...” fale línguas de homens e anjos, ou profetize, ou saiba todas as ciências e adquira todas as sabedorias, ou me entregue às praticas de martírio ou de entrega social de todas as minhas produções aos demais homens necessitados, mas, “se não tiver amor, nada me aproveitará”; e mais: nada será vontade de Deus.

Paulo nunca discutiu nada disso. Sabia fazer tendas. Mas era chamado para pregar. Por isso, tendo dinheiro para entregar-se apenas à pregação, assim fazia. Mas se não tinha, então, fazia tendas, e, pregava nas horas possíveis.

Ou seja:

Paulo tratava tudo com simplicidade, pois, a vontade de Deus era amor, e, amor, cabe em qualquer oficina de tendas.

As pessoas perguntam, referindo-se aos detalhes da vida, como se eu ou qualquer outro ser ameba humano pudéssemos responder: Qual é a vontade de Deus para a minha vida?

Ora, eu posso responder, mas a resposta que tenho a dar não satisfaz as pessoas que querem saber a vontade de Deus como um guia afetivo e profissional das jornadas na Terra.

Então, não sei!... Afinal, nessas coisas, à semelhança de Paulo, apenas uso o bom senso para decidir, e nunca o faço como quem consulta um “guia de jornada”, mas apenas como uma decisão de agora, da circunstancia do existir; e isto, sempre, apenas conforme o espírito do Evangelho, que é amor.

A vontade de Deus são os Seus mandamentos, embora Jesus tenha nos dito que até os mandamentos, sem que sejam vividos em amor, são desagradáveis a Deus; pois, sem amor, todo mandamento não passa de presunção e arrogância.

A vontade de Deus é amor, alegria, paz, bondade, longanimidade, mansidão e domínio próprio!

Se você faz isso entregando o lixo, operando na mais rica clinica de neurocirurgia, ou se o faz pregando como um ensinador da Palavra, não importa; pois, a única coisa que importa para Deus é se você vive ou não o amor como o mandamento de seu ser.

O que Deus quer de mim? Onde quer que eu trabalhe? Com quer que eu case?

Ora, Jesus não respondeu tais perguntas a ninguém!

Quando Pedro quis saber... Jesus apenas disse: “Que te importa? Quanto a ti, vem e segue-me”.

Quanto mais a pessoa se dispõe a andar em amor e fé, sem buscar mais nada, tanto mais ela encontrará uma sintonia fina com Deus e com a vida, e, assim, sem que ela sinta, irá sendo posta no leito do rio de sua própria vida.

É claro que Deus tem a vontade que diz “não”. Mas essa é a não-vontade de Deus. É o que Deus não quer, pois, é o que Deus não é.

Deus não é mentira, nem engano, nem ódio, nem cobiça, nem traição, não injustiça, nem maldade, nem indiferença, nem descrença, nem altivez, nem orgulho, nem arrogância, nem vaidade, nem medo e nem frieza de ser.

Assim, a tais coisas Deus diz “não”, mas não como quem diz a Sua vontade, mas apenas aquilo que não é vontade Dele.

Portanto, a vontade de Deus não é “não”, mas “sim”, embora a maioria apenas pense na vontade de Deus como negação.

Ou seja:

Para tais pessoas Deus é Aquele que diz “Não”.

A proporção, todavia, continua idêntica à que foi estabelecida no Éden. Pode-se comer de tudo, e, apenas diz-se não a uma coisa: inventar a nossa vontade contra essa única coisa à qual Deus disse “não”.

Todas as árvores do Jardim são comestíveis, mas, continuamos discutindo a única arvore proibida, tamanha é a nossa fixação na transgressão como obsessão na vida.

Entretanto, a vontade de Deus é sim, e, para aqueles que desejam fazer a vontade de Deus, e não apenas discuti-la, Deus revela Sua vontade como fé e amor, e, nos diz que se assim vivermos provaremos tudo o que é bom, perfeito e agradável, não porque a vida deixe de doer, mas apenas porque o pagamento do amor transcende a toda dor.

A vontade de Deus é que eu desista das coisas de menino nesta vida e abrace as coisas de um homem segundo Deus.

Agora, se você vai trocar de casa, de carro, de mulher, de emprego, de cidade, de país, de nome — sinceramente, é melhor consultar um bruxo, uma feiticeira ou um profeta que aceite pagamento para contar tal historinha.

Você pergunta a Jesus:

Senhor, qual é a Tua vontade para mim?

Ele responde:

É a mesma para todos os homens. Sim! Que você ame e pratique o amor, pois, sem amor, nada será vontade de Deus para você, ainda que você distribua todos os seus bens aos pobres e entregue o seu corpo para ser queimado em martírio de dignidade pela consciência e pela liberdade.

Dá pra entender ou é difícil demais?

Que tal a gente parar de brincar de vontade de Deus? Vamos?

Chega; não é gente?

Nele, que é a vontade de Deus para o homem,


Caio
29 de outubro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF


Fonte: www.caiofabio.com

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Não aguento mais esse não aguento mais

Fonte: http://www.galilea.com.br/blog.asp

O refrão do “não agüento mais” cresce a cada dia. Pessoalmente abandonei o coral. Explico. Durante muito tempo acompanhei a caravana do reformismo. Hoje essa conversa me entedia e me aborrece. Primeiro porque não acredito mais em reformas, apenas em revoluções. Mas principalmente porque não mais acredito nisso que apontam como objeto de reforma. A expressão “igreja evangélica brasileira” está fora do meu vocabulário. Não apenas porque inexata – não existe a igreja evangélica brasileira, existem milhares de igrejas evangélicas no Brasil, mas também porque tomar a parte pelo todo é um equívoco.

O que não se agüenta mais é uma das faces da chamada igreja evangélica brasileira. Essa face da igreja evangélica brasileira (que, insisto, existe apenas como categoria sociológica) é absolutamente exógena, um corpo estranho, ao núcleo doutrinário e comunitário do que se chamou igreja evangélica brasileira. Em outras palavras, o que não se agüenta mais na igreja evangélica brasileira não tem nada a ver com qualquer coisa que se possa associar ao termo igreja evangélica, sendo na verdade uma nova versão religiosa do Cristianismo. O Cristianismo, considerado nas categorias das ciências da religião, é uma religião, com muitas expressões condicionadas histórica, social e culturalmente, dentre elas o Catolicismo romano e Protestantismo reformado. O que se convencionou chamar de igreja evangélica é o segmento do Cristianismo associado ao Protestantismo reformado. Nesse segmento surgiu um novo fenômeno tido como evangélico, mas que aos poucos começou a ser alvo dessas centenas de “não agüento mais”. O que percebo é que esse segmento alvejado pelo “não agüento mais” não é um segmento do Protestantismo reformado e, portanto, conforme historicamente consensado no movimento evangélico brasileiro, não deveria estar associado ao nome “igreja evangélica”.

Em outras palavras, no meu caso, dizer que não agüento mais isso equivale a dizer que não agüento mais o espiritismo kardecista ou o fundamentalismo islâmico. A respeito desse tal segmento da chamada igreja evangélica que inspira os “não agüento mais” eu não digo mais “não agüento mais”. Digo que é coisa que não tem nada a ver com a identidade evangélica e que, portanto, não é alvo do meu “não agüento mais”, até porque nunca jamais agüentei. Escrever mais um artigo não agüentando mais isso é o mesmo que subscrever um artigo identificando as incoerências e inconsistências dos cultos afro e dizer “não agüento mais”.

A Revelação de um novo rosto de Deus


Por Carlos Mesters e Francisco Orofino

Numa roda de amigos alguém mostrou uma fotografia, onde se via um homem de rosto severo, com o dedo levantado, quase agredindo o público. Todos ficaram com a idéia de se tratar de uma pessoa inflexível, antipática, que não permitia intimidade. Nesse momento, chegou um rapaz, viu a fotografia e exclamou: "É meu pai!" Os outros olharam para ele e, apontando a fotografia, comentaram: "Pai severo, hein!" Ele respondeu: "Não! Não é não! Ele é muito carinhoso. Meu pai é advogado. Aquela fotografia foi tirada no tribunal, na hora em que ele denunciava o crime de um latifundiário que queria despejar uma família pobre que estava morando num terreno baldio da prefeitura há vários anos! Meu pai ganhou a causa. Os pobres não foram despejados!" Todos olharam de novo e disseram: "Que fotografia simpática!" Como por um milagre, ela se iluminou e tomou um outro aspecto. Aquele rosto tão severo adquiriu os traços de uma grande ternura! As palavras do filho, mudaram tudo, sem mudar nada! As palavras e gestos de Jesus, nascidas da sua experiência de filho, sem mudar uma letra ou vírgula sequer, mudaram o sentido do Primeiro Testamento (Mt 5,17-18). O Deus, que parecia tão distante e severo, a ponto de o povo não ter mais coragem de pronunciar o seu Nome, adquiriu os traços de um Pai bondoso de grande ternura! O mesmo acontece hoje nas Comunidades Eclesiais de Base. A experiência humanizadora da convivência comunitária e da luta em prol da justiça e da fraternidade gera uma nova experiência de Deus e da vida que se transmite através da participação das pessoas nos Círculos Bíblicos e encontros comunitários e lhes comunica um critério novo de interpretação. Aqui está a fonte escondida e geradora do processo da leitura popular da Bíblia na América Latina.

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Carlos Mesters e Francisco Orofino. Sobre a Leitura Popular da Bíblia (III). Em: www.adital.com.br.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

IGREJA APENAS PARA TERRÁQUEOS OCIDENTAIS!


CRISTO PEQUENO, IGREJA APENAS PARA TERRÁQUEOS OCIDENTAIS!

Paulo nos diz que Jesus é o centro de todas as coisas nos céus, na terra, e em qualquer dimensão ou existência.

Para Paulo Jesus é Aquele em Quem tudo o que existe subsiste.

Ele é também, segundo o apóstolo, o Senhor e Salvador de todos os mundos, criaturas e criações.

Sim! Paulo via Jesus como o Criador-Cordeiro-Coração-Pulsante do Universo.

Ora, no meio disso tudo Paulo também diz que Deus deu Jesus como o Cabeça da Igreja, a fim de que o ambiente espiritual do que Deus vê e conhece como Corpo de Cristo, seja tomado de toda a plenitude de Deus; ou seja: para que na Igreja habite a plenitude Daquele que enche todas as coisas.

Obviamente que pela consciência de Paulo acerca do Senhorio de Cristo em todos os mundos existentes, possíveis e impensáveis, ou seja: o mundo “de qualquer outra criatura” — também se pode concluir que ele também carregava uma consciência do significado supra-histórico do conceito de Igreja.

De fato, tendo o Deus no máximo Planetário que os cristãos possuem, não lhes é possível discernir o conceito multi-cósmico do que Paulo chama Igreja.

A Igreja para Paulo era feita, no tempo, de todas as expressões de consciência do amor de Deus no mundo, independentemente de qualquer coisa, pois, Deus, em Cristo, unilateralmente, se reconciliara com o mundo, e, no mundo, todo aquele que ame e busque verdade e justiça, Lhe é agradável.

E mais:

Para Paulo a Igreja era feita de todos antes, durante e depois dele; tanto entre os homens como entre os anjos. Sim! Todos os entes santos eram Igreja desde sempre!

Sim! Paulo cria que onde quer que haja uma criatura consciente de si mesma em Deus, tal criatura é parte da Igreja, da Assembléia dos santos, e da incontável nuvem de testemunhas em todas as dimensões.

A missão de Paulo na terra era fazer tal mistério antes oculto, e agora revelado, tornar-se conhecido de todos os homens, a fim de que, instruídos na verdade do Evangelho, servissem a Deus em liberdade, consciência em fé e mente aberta e cheia de adoração, ante a percepção da altura, da largura, do comprimento, e da profundidade do significado de todas essas coisas.

Ora, para Paulo, tais alargamentos de significados somente são possíveis pela compreensão que em nós cresça para incluirmos no amor de Deus toda a criação, onde quer que ela, a criação, seja verificada como existente.

Assim, Paulo jamais se assustaria com a descoberta da existência de qualquer mundo ou universo que fosse, pois, para ele, nenhuma criatura existia sem Cristo; e, mais que isto: nenhuma delas teria poder de nos afastar do amor de Cristo.

Portanto, para o apostolo, quem tem real conhecimento do significado do Senhorio de Cristo e, também, do significado supra-histórico do que seja Igreja, esse tal anda reconciliado com toda criação e sem temor de nenhuma criatura.

E mais que isto: tal pessoa se sabe irmã de muitas e todas as criaturas redimidas, nos céus, na terra, ou em qualquer outra dimensão.


Caio

19 de outubro de 2008

São Paulo

SP

Fonte: www.caiofabio.com

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

UM DEUS QUE SE OCULTA

T. Austin-Sparks

Verdadeiramente tu és um Deus que te ocultas, ó Deus de Israel, o Salvador.(Is.45.15) É como se o profeta fosse de repente tomado por um temor, e golpeado por um espanto com o que ele estava para profetizar! No meio de seu ministério, seu espanto rompeu sobre si mesmo e ele exclamou com este brado. Deixando de lado muito do que isto poderia implicar como profecia, vamos nos ater à exclamação em si. Aquela declaração, em princípio, é uma com várias instâncias nas Escrituras. Olhando para o contexto, vemos que se trata da libertação de Israel do cativeiro, e o seu retorno à terra para reconstruir Jerusalém e o templo. Não há dúvida que muita especulação e discussão tem havido sobre como as profecias de seu retorno seriam cumpridas. Setenta anos tinham sido determinados e tornados conhecidos quanto a duração do cativeiro. Os poderes dos Gentios estavam sem dúvida em ascendência e parecia haver muito pouca perspectiva ou possibilidade de Israel reconquistar seu poder e glória nacional entre as nações. O estado das coisas em seu próprio país – o templo destruído, a cidade incendiada, a terra dominada por bestas feras, os emissários dos inimigos instalados – e a desintegração entre as próprias pessoas no exílio, fez da previsão algo carregado de problemas aparentemente insuperáveis, e isso poderia bem ter conduzido a uma completa confusão, e até mesmo desespero.

Então o profeta é obrigado a profetizar que tudo isto iria acontecer – esta restauração – nas mãos ou pela vontade do próprio poder Gentil; que o Soberano Espírito de Deus desceria sobre um que – até então – não estava em posição para fazê-lo, e provavelmente cujo nome ainda não era conhecido. Babilônia ainda não estava vencida: o Império Babilônico ainda não tinha sido destruído; as profecias de Daniel ainda não tinham sido cumpridas. Mas aquele que o faria fora mencionado pelo nome e os detalhes de sua conquista são dadas neste capítulo 45 das profecias de Isaías. (Leia-o, fragmento por fragmento) E então, muito embora este homem estivesse em ignorância de Deus, ele seria constrangido e compelido por Deus, como um ungido para cumprir as Escrituras, libertar o povo, prover os meios, e de modo geral, facilitar a restauração.

Assim que o profeta vê tudo isto em sua “visão” (“a visão de Isaías”, 1.1, uma visão incluindo tudo), ele é esmagado por um espanto. Todos os problemas estão resolvidos, as perguntas respondidas, as “montanhas” niveladas! Quem teria pensado nisto? Quem teria sonhado com tal coisa? Oh, quão profundo são os caminhos de Deus, abaixo de nossa imaginação, escondidos de nossas mais intensas especulações. “Verdadeiramente tu és um Deus que te ocultas, ó Deus de Israel, o Salvador. Há várias outras grandes e consideráveis instâncias no mistério dos caminhos de Deus em cumprir seus maiores propósitos. Todas as raças tinham se apartado dEle e se envolvido com o ateísmo e com a idolatria. Era universal. Como Deus encontraria uma solução? Ele se moveu para por suas mãos sobre um homem, e, a partir daquele homem Ele fez uma nação. Em sua Soberana Graça Ele fez daquela nação seu mistério, seu segredo, entre as nações. Israel era o mistério de Deus, o caminho escondido de Deus. Sempre houve algo misterioso acerca de Israel. Paulo, contemplando este método de Deus e achando-o elevado, com poder tão esmagador, fez exatamente o mesmo que Isaías. Enquanto escrevia ele apenas exclamou um alto e ressonante brado: - “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis seus juízos e inescrutáveis seus caminhos! (Rom.11.33)

Ele bem poderia ter acrescentado, “Tu és o Deus que te ocultas”. Quem poderia ter pensado na encarnação, e que, não em glória, mas em humilhação, contrariando qualquer expectativa humana? Quem poderia ter pensado numa cruz para o Deus Encarnado como o método e o meio de solucionar o maior problema já conhecido neste universo? Quem poderia ter suspeitado que tudo isto estava incorporado naquele Homem de Nazaré, “o filho do carpinteiro”, como eles o chamavam? Lá estava o maior mistério de Deus! Funcionaria? Tem ele provado ser o caminho , o único caminho, e o bem sucedido caminho transcendental? E o que é verdade quanto ao mistério de Israel, e o mistério de Cristo, é também verdade quanto ao mistério da Igreja. Há uma coisa oculta a respeito da Igreja. Nenhum olho natural pode discerni-lo. Nenhuma mente natural pode explicá-lo. Reduza-o ao senso e descrição humana e você o terá perdido, você terá se agarrado a coisa errada. “A sabedoria de Deus está em mistério”, diz Paulo. Tente recomendar a Igreja para o mundo sem fé e você a despiu de seu poder secreto. A menos que os homens venham diretamente de encontro com o Deus insondável que os esmaga, aquilo que afirma ser seu esconderijo será apenas uma concha vazia. E nós lembraríamos você que o que é verdade naquelas épocas de soberano progresso através dos anos, aquelas intervenções e adventos na história da vida espiritual deste mundo, também é verdade para cada um de seu verdadeiro povo. E isto será constantemente confrontado com o “como”? de situações impossíveis, a fim de que eles possam ser compelidos a repetidas exclamações diante de Suas simples soluções – “Verdadeiramente tu és um Deus que te ocultas a si próprio”.

“Profundo em impenetráveis minas de capacidade que nunca falha, Ele entesoura seus desígnios brilhantes e opera sua vontade soberana. Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu nome”. (Isa.45.3).

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Acusações contra um culto invisível

Ninguém tenha seus próprios deuses, quer novos quer estranhos, além dos instituídos pelo Estado.
A ninguém se autoriza promover reuniões noturnas na cidade.
Lei das Doze Tábuas, 450 a.C, Cícero, Sobre as leis II.19

Então não deve ser considerado lamentável que homens de uma facção condenável, irregular e desesperada voltem sua ira contra os deuses? Que homens, arrebanhados dentre os menos qualificados da escória mais inferior, e mulheres crédulas (e pela inclinação do seu sexo, complacentes) formem uma súcia de profana conspiração?

Sua aliança consiste em reuniões noturnas marcadas por rituais solenes e folias inumanas, nas quais substituem os ritos sagrados por crimes inexpiáveis. São gente que esconde-se da luz e a evita; silenciosos em público, são tagarelas nos becos. Desprezam os templos como se fossem mausoléus, menosprezam os deuses e ridicularizam as coisas sagradas. Depreciam os nossos sacerdotes e desprezam os títulos de honra e os mantos púrpura dos altos governantes, embora eles mesmo mal tenham como cobrir a sua nudez.

Ah, mas que assombrosa insensatez e inacreditável audácia! Desdenham dos tormentos do presente, embora temam outros incertos e futuros. Embora temam morrer depois da morte, não temem morrer para o presente, e dessa forma uma esperança enganosa aplaca seus temores com o consolo de uma nova vida.

Ora, como coisas perversas propagam-se com maior facilidade, os abomináveis locais de reunião dessa ímpia assembléia estão multiplicando-se ao redor do mundo, devido à intensificação diária da imoralidade. Essa agremiação deve ser a todo custo erradicada e execrada.

Reconhecem uns aos outros através de símbolos e sinais. Amam uns aos outros antes de se conhecerem, por assim dizer. Praticam em todo lugar uma espécie de culto da luxúria, chamando-se promiscuamente de “irmão” e “irmã”. Desse modo, sob a proteção desses nomes consagrados, mera licenciosidade torna-se incesto, e assim vê-se que sua superstição vã e sem sentido orgulha-se de seus crimes.

Ouço que adoram a cabeça de um asno, a mais inferior das criaturas, consagrada por eles por não sei dizer qual tola persuasão, mas que deve provar-se religião digna e apropriada para tais condutas. Diz-se que adoram os orgãos genitais de seus pontífice e sacerdote, reverenciando nessa atitude o poder criativo de seu pai. Não sei se são verdadeiras essas acusações, mas por certo toda suspeita deve parecer aplicável com relação a ritos secretos e noturnos. Venerar um criminoso punido com extremo sofrimento por seus crimes, bem como a cruz na qual foi executado, é erigir altares que convém a miseráveis condenáveis e perversos, em que poderão adorar aquilo que merecem.

A história de como iniciam seus jovens noviços é tanto detestável quanto bem conhecida. Um bebê é colocado diante daquele que está para ser maculado por esses ritos, e é então assassinado pelo jovem discípulo. Avidamente — oh, o horror! — eles lambem o seu sangue; entusiasticamente repartem os seus membros. Através dessa vítima nasce seu elo comum; pela consciência dessa perversidade estão pactuados ao silêncio mútuo. Ritos sagrados dessa natureza são mais abomináveis do que quaisquer sacrilégios.

Sobre seus banquetes não é necessário estender-se, porque fala-se deles em todo lugar. Num dia de festa reúnem-se para um banquete, com todos as suas crianças, irmãs e mães, gente de todo sexo e de todas as idades. Ali, depois de muito festejo, quando seu ajuntamento vai se aquecendo e o fervor de sua luxúria incestuosa já foi estimulado pela bebedeira, um cachorro que foi amarrado ao candelabro é provocado e dessa forma extingue-se a luz que poderia incriminá-los. A escuridão encobre então sua sem-vergonhice, e abraços voluptuosos são trocados indiscriminadamente. Embora não sejam todos incestuosos de facto, em consciência todos o são, porque cada ato individual corresponde à vontade de todos.

Omito um grande número de acusações, porque as que mencionei já são mais do que suficientes; e todas essas, ou a maior parte delas, são verdadeiras, o que é deixado claro pela obscuridade de sua religião vil. De outro modo por que se esforçariam tanto para ocultar e encobrir aquilo que adoram, se não porque coisas honrosas sempre regozijam-se na publicidade, e crimes são mantidos em segredo?

Por que não têm altares, não têm templos, não têm images consagradas? Por que não falam jamais abertamente, jamais congregam-se livremente, se não pelo fato de que aquilo que adoram e escondem é digno de punição ou algo de que se deve envergonhar?

Além disso, de onde vem e quem é, ou onde está esse Deus único, solitário, desolado, que nenhum povo livre, nenhum reino e nem mesmo a superstição romana ouviram falar? A solitária e miserável nação dos judeus adorava um único Deus, e um Deus peculiar a ela mesma; mas adoravam-no abertamente, com templos, com altares, com vítimas e com cerimônias. E ele tinha tão pouca influência ou poder que foi escravizado, junto com sua nação particular, pelas divindades romanas.

Já os cristãos, que maravilhas, que monstruosidades inventam! Que aquele que é seu Deus, ao qual não podem nem mostrar nem contemplar, investiga diligentemente o caráter de todos, os atos de todos e, in fine, suas palavras e pensamentos secretos. Que ele percorre todos os lugares e em todo lugar está presente. Fazem dele alguém incômodo, inquieto e até mesmo despudoradamente inquisitivo, já que está presente diante de tudo que é feito e entra e sai de todos os lugares — embora, estando ocupado com o todo, não é capaz de dar atenção a particulares, nem pode ser suficiente para o todo enquanto está ocupado com particulares.

Minucius Felix (160?-300?), apologista cristão, recapitula as acusações dos pagãos em seu Octavius.

via A Bacia das Almas (via PavaBlog)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vivam em comunhão, ovelhinhas!


Essa semana acabei de reler 1984, de George Orwell. A primeira vez que o li foi em julho de 2004. Era casada e evangélica, mas minha fé já estava em crise, assim como meu casamento. Em maio daquele mesmo ano eu havia abdicado de ser uma das 12 apóstolas especiais da pastora. É um cargo que dá status dentro da igreja, mas também gera muito trabalho. Foi uma decisão difícil abrir mão do tal cargo porque ele é visto como uma espécie de chamado especial de Deus. Mas as responsabilidades eram muitas e eu as levava muito a sério: reuniões com minha célula (espécie de estudo bíblico), grupo de jovens sábado à noite (eu era líder), cultos de domingo à noite, cultos de domingo pela manhã uma vez por mês, reuniões semanais com a pastora e suas outras "apóstolas"... Reuniões essas em que rolava mais fofoca do que qualquer outra coisa. Você não é capaz de imaginar o quanto um bando de crentes reunidos pode ser fofoqueiro. Eu ainda tentava dissuadir as irmãs de ficar fofocando e partirmos para o lado espiritual. Eu era uma crente bem caxias mesmo.

Havia também os Encontros e retiros, que exigiam não só que perdessemos o final de semana do próprio evento, mas também que nos reuníssemos diariamente para orações e súplicas a Deus em prol dos tais retiros. Além disso, havia ainda os aniversários de membros da igreja, as conversas pessoalmente ou por telefone para aconselhar discípulos, as células do meu marido (um bando de rapazes ignorantes e incultos enchendo a minha sala), os aconselhamentos a jovens casais de namorados, as apresentações musicais da banda gospel do marido, os congressos, as viagens para congressos, as vigílias, os jejuns e uma infinidade de outras coisas que pudessem ser inventadas para manter as ovelhas marchando em perfeita harmonia e comunhão.

"Como é bom que os irmãos vivam em comunhão", diz a Bíblia. E se a Bíblia diz, é isso que vamos fazer: estar sempre juntos, unidos, amarrados uns aos outros por compromissos sem fim. Não era obrigatório participar de tudo, mas quem passa um bom tempo na igreja sem participar de nada, indo apenas aos cultos, logo se torna apenas um peão, um membro sem importância. Livre de muitas responsabilidades, mas também sem poder. Claro que ninguém admite que este é o motivo de estar presente em todas as ocasiões. Claro que é por amor a obra de Deus, por um chamado especial do Senhor Jesus, etc, etc, etc. Mentira. O amor ao poder move as rodas da igreja. É assim com a Católica Apostólica Romana e é assim com os protestantes, sejam pentecostais ou tradicionais. Eles estão sempre presentes às convocações porque quem está sempre presente sabe de tudo, vê tudo, ouve tudo, conhece mais e por conseqüência, pode mais.

Conhecimento é poder e isso é uma verdade entre os evangélicos também. Ora, por que gastar dinheiro e tempo em congressos do outro lado do Brasil e, quiçá, até do mundo? (A grande onda agora é ir a Jerusalém - é o sonho de consumo de qualquer cristão-pentecostal, sobretudo aqueles que seguem a Igreja em Células no Modelo dos 12.) Porque assim se está por dentro de todas as novidades, conhece-se as "estrelas" do mundo evangélico, ouve-se as pregações mais porretas (aquelas em que o pastor tem um domínio de público tão grande que promove catarses coletivas em que as pessoas choram, deliram, rolam no chão, pulam, gargalham e dançam freneticamente). Um Woodstock de Deus em que, ao invés de engolir LSD, engolem-se palavras dos pregadores e ao invés de se escutar boa música, escutam-se letras repetitivas dos cantores cristãos: Deus eu quero te ver; quero mais de ti; vem me tocar; me molha com tua chuva e por aí vai... (Mas isso é assunto para um próximo post.)

Por tudo isso e mais um pouco que naquele julho de 2004, George Orwell me conquistou. Eu sorria e abria a boca espantada lendo 1984. O livro é uma metáfora política sobre um mundo sutilmente escravizado por um partido político, que se apresenta na figura do Grande Irmão. George Orwell escreveu-o com o objetivo de ser um alerta sobre como os sistemas de governo podem controlar o cidadão. Mas eu via mais do que política naquele livro. Eu via, ali descrito, muitos dos métodos que a igreja usava para manter-nos pacíficos, fiéis aos seus princípios e incapazes de questionar os dogmas que seguíamos.

Hoje é muito estranho quando vejo algumas pessoas entregando grande parte de seu tempo, dinheiro e pensamentos para a religião. Não cogitam a possibilidade de faltar um culto de domingo, passam finais de semana acampados em lugares feios e úmidos, gastam seu dinheiro em dízimos, congressos e ofertas e convivem com pessoas que nada lhes acrescenta em termos culturais.
E eu era exatamente desse jeito. Fervorosamente, desse jeito.

Qualquer semelhança não é mera coincidência...

"Era a segunda vez em três semanas que faltava a um sarau no Centro Comunal: gesto audacioso, pois podia ter a certeza de que era cuidadosamente verificado o número de presenças no Centro. Em princípio, um membro do Partido não tinha horas vagas, e não ficava nunca só, exceto na cama. Supunha-se que quando não estivesse trabalhando, comendo ou dormindo, devia participar de alguma recreação comunal; era sempre ligeiramente perigoso fazer qualquer coisa que sugerisse o gosto pela solidão(...)"
(George Orwell - 1984)



Fonte: http://www.interney.net/blogs/heresialoira/2008/10/08/vivam_em_comunhao_ovelhinhas/

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dele, por Ele e para Ele

Jesus é o verdadeiro e melhor Adão, que passou pelo teste no jardim e cuja obediência é imputada a nós.

Jesus é o verdadeiro e melhor Abel que, apesar de inocentemente morto, possui o sangue que clama, não para nossa condenação, mas para completa absolvição.

Jesus é o verdadeiro e melhor Abraão que respondeu ao chamado de Deus para deixar todo o conforto e a família e saiu para o vazio sem saber para onde ia, a fim de criar um novo povo de Deus.

Jesus é o verdadeiro e melhor Isaque, que foi não somente oferecido pelo Seu Pai no monte, mas foi verdadeiramente sacrificado por nós. E assim como Deus disse a Abraão, "agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho", nós também podemos olhar para Deus levando Seu Filho até o alto do monte e sacrificando-o, e então dizer, "Agora nós sabemos que Tu nos amas porque não retiveste Teu Filho, Teu único Filho a quem Tu amas, de nós."

Jesus é o verdadeiro e melhor Jacó que lutou e sofreu o golpe de justiça que merecíamos, de forma que nós, assim como Jacó, só recebêssemos as feridas da graça para nos despertar e disciplinar.

Jesus é o verdadeiro e melhor José que, à destra do rei, perdoa àqueles que o venderam e traíram e usa o seu novo poder para salvá-los.

Jesus é o verdadeiro e melhor Moisés que se põe na brecha entre o povo e Deus e que é mediador de uma nova aliança.

Jesus é a verdadeira e melhor Rocha de Moisés que, golpeada com a vara da justiça de Deus, agora nos dá água em pleno deserto.

Jesus é o verdadeiro e melhor Jó, sofredor verdadeiramente inocente, que então intercede e salva os seus tolos amigos.

Jesus é o verdadeiro e melhor Davi, cuja vitória torna-se a vitória do Seu povo, apesar deles nunca terem movido uma única pedra para conquistá-la.

Jesus é a verdadeira e melhor Ester que não apenas arriscou deixar um palácio terreno, mas perdeu o definitivo e divino; que não apenas arriscou sua vida, mas entregou-a para salvar o Seu povo.

Jesus é o verdadeiro e melhor Jonas que foi lançado para fora, na tempestade, para que nós pudéssemos ser trazidos para dentro.

Jesus é a verdadeira Rocha de Moisés, o verdadeiro Cordeiro pascal, inocente, perfeito, desamparado, sacrificado para que o anjo da morte não atentasse contra nós. Ele é o verdadeiro templo, o verdadeiro profeta, o verdadeiro sacerdote, o verdadeiro rei, o verdadeiro sacrifício, o verdadeiro cordeiro, a verdadeira luz, o verdadeiro pão.

A Bíblia definitivamente não é sobre tu e eu.
É sobre Ele !

Tim Keller - Blog Letras Santas

sábado, 11 de outubro de 2008

Lya Luft


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nascimento 15 de setembro de 1938
Santa Cruz do Sul
Nacionalidade Brasileira
Ocupação Escritora e tradutora

Lya Fett Luft (Santa Cruz do Sul, 15 de setembro de 1938) é uma romancista, poetisa e tradutora brasileira. É também professora universitária e colunista da revista semanal Veja.

Luft já traduziu para o português mais de cem livros, entre os quais estão obras de autores consagrados, como Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann.

Formou-se em letras anglo-germânicas e, desde os vinte anos, trabalha como tradutora de alemão e inglês. Também tem mestrados em literatura brasileira e lingüística aplicada, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)[1].

Vida pessoal

Nascida em uma cidade de colonização alemã, Lya é filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett e tinha um relacionamento melhor com o pai do que com a mãe.

Diferentemente de Lya, que gosta de ser brasileira, sua família tinha muito orgulho de suas raízes alemãs, considerando-se superior aos "brasileiros", embora tivessem chegado ao Brasil em 1825[2].

Tida como uma menina desobediente e contestadora, Lya, aos onze anos, já recitava poemas de Goethe e Schiller.

Aos dezenove anos, Lya Fett converteu-se ao catolicismo, espantando seus pais, ambos luteranos. Na sua juventude, já morava em Porto Alegre.

Em 1963, com vinte e um anos, casou-se com Celso Pedro Luft, um então irmão marista, dezenove anos mais velho do que ela. Eles se conheceram durante uma prova de vestibular. Ela e seu marido tiveram três filhos: Suzana (1965), André (1966) e Eduardo (1969).

Em 1985, Lya divorciou-se de seu primeiro marido para viver com o psicanalista e também escritor Hélio Pellegrino, falecido em 1988. Em 1992, Lya voltou a casar com Celso Luft, de quem ficou viúva em 1995.

Atualmente, está namorando um engenheiro carioca que reside na capital gaúcha[3].

Carreira literária

No início de seu casamento com Celso, Lya começou a escrever poemas, reunidos no livro Canções de limiar (1964). Em 1972, foi publicado seu segundo livro de poemas, intitulado Flauta doce. Quatro anos mais tarde, escreveu alguns contos e mandou-os para um editor da Nova Fronteira, que os considerou "publicáveis". Em 1978, foi lançado seu primeiro livro de contos, Matéria do Cotidiano.

O mesmo editor da Nova Fronteira, Pedro Madureira, tinha aconselhado Lya a escrever romances. Daí surgiu As parceiras, publicado em 1980. A asa esquerda do anjo veio no ano posterior. Tais livros foram influenciados por uma visão de morte que a autora teve, depois de sofrer um acidente automobilístico quase fatal, em 1979.

O quarto fechado, publicado em 1984, foi lançado nos Estados Unidos da América sob o título The Island of the Dead. Em 1996, Lya lançou o premiado O Rio do meio, de ensaios, considerado a melhor obra de ficção do ano.

Em 2001, Luft recebeu o prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica, pela obra Lete: Arte e crítica do esquecimento, de Harald Weinrich.

Os livros de Lya Luft continuam sendo traduzidos para diversos idiomas, como alemão, inglês e italiano.

Seu estilo


Citação

«Sou fascinada pelo lado complicado. Tenho um olho alegre que vive: sou uma pessoa despachada, adoro família, adoro a natureza. Mas eu tenho um outro olho que observa o lado difícil, sombrio. A minha literatura nunca vai ser "aí casaram e foram felizes para sempre". Minha literatura sempre nasceu do conflito, da dificuldade, do isolamento.»

(Lya Luft)



além de tudo isso tem um neto gigante e conhecido em Florianópolis... o nome do mesmo é João Pedro Luft, tambem conhecido como JP da Raça

Obras

* Canções de limiar, 1964
* Flauta doce, 1972
* Matéria do cotidiano, 1978
* As parceiras, 1980
* A asa esquerda do anjo, 1981
* Reunião de família, 1982
* O quarto fechado, 1984
* Mulher no palco, 1984
* Exílio, 1987
* O lado fatal, 1989
* O rio do meio, 1996
* Secreta mirada,1997
* O ponto cego, 1999
* Histórias do tempo, 2000
* Mar de dentro, 2000
* Perdas e ganhos, 2003
* Histórias de bruxa boa, 2004
* Pensar é transgredir, 2004
* Para não dizer adeus, 2005
* O silêncio dos amantes, 2008

Crianças sofrem os efeitos mais perversos da fome no Brasil

Fonte:http://www.cristovam.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2068&Itemid=1

Milhares de crianças ainda passam fome, mas felizmente há muitas outras que superaram esse drama.




Era uma vez uma menina que não tinha o que comer.

“Não tem comida todo dia na minha casa. Eu fico chateada, choro, vou em todo canto, mas não tem”, conta a menina. Maria Luzia tem 8 anos, mas parece menor; é sinal da fome que persegue a menina desde que ela nasceu. Por causa da falta de comida, ela come barro quando está com fome.

“É duro a gente ouvir um filho dizer que quer comer e não ter o que dar. Quando eu vejo que não tem, eu já saio à noite para conseguir comida para a manhã”, diz a mãe de Maria Luzia, Claudenice da Silva.

Milhões de pessoas sofrem com a fome no nosso país, mas é nas crianças que ela provoca os efeitos mais perversos. Hoje, mais de três milhões de meninos e meninas são desnutridos porque não têm o que comer. São crianças como a Maria Luzia, que não crescem direito e nem conseguem aprender direito – enfim, não conseguem ser crianças como deveriam ser.

Maria Luzia vive com a mãe, o pai e quatro irmãos num casebre em um pedacinho da região semi-árida do Nordeste, onde vivem 9 milhões de crianças pobres. O número de meninos e meninas desnutridos nessa região é quatro vezes maior que no restante do nosso país.

Na cidade de Araçoiaba, a maioria das crianças não consegue completar o primeiro ano de vida. “Dependendo da gravidade da desnutrição, a criança tem seqüelas para o resto da vida, como comprometimento metabólico, distúrbios metabólicos, queda da imunidade e conseqüentes infecções”, afirma a pediatra Gilda Gondim. “Será um adulto com retardo no desenvolvimento psíquico e comprometido na sua saúde até o final da sua vida”.

Roberta também passou fome e também é pequena para idade, os mesmos 8 anos de Maria Luzia. Mas tudo isso ficou no passado. “Naquela época, não tinha alimento para nós. O meu pai trabalhava, mas o dinheiro não dava para gente se alimentar”, lembra a menina. “Passei muita fome. Só me dava sono, sofri muito com isso”. A mãe, Maria das Dores do Nascimento, confessa: “Achei que elas iam morrer”.

Roberta e sua irmã, Renata, são duas das 20 mil crianças que nos últimos cinco anos foram salvas da desnutrição por intervenções simples, como uma política de alimentação adequada, vacinação, cuidados preventivos, criação de creches e de salas de educação infantil.

Elas também vivem na região semi-árida do país, mas em um lugar onde não existem mais crianças desnutridas. “A vida agora está diferente, mudou muito. A gente se alimenta muito e não passa mais necessidades”, diz Roberta.

São crianças como ela que fazem o nosso país comemorar a redução dos índices de desnutrição e da mortalidade infantil, mas não é por isso que esqueceremos de situações como de Maria Luzia, que ainda precisa de ajuda.

Roberta sabe bem disso: “Eu queria que tivesse comida para todas as crianças e que elas fossem felizes, tivessem saúde, paz, esperança e fé. Jesus ainda vai dar esse sonho”.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sempre livre


Por: Bete Pereira da Silva - http://tsarphatah.blogspot.com/2008/09/sempre-livre.html

Sou livre para tomar um porre daqueles que fazem a gente esquecer nome, sobrenome, endereço e número de documentos. Mas não o faço, porque meu fígado, pobrezinho, não merece essa agressão.
Sou livre para viver uma vida totalmente desregrada, flanando pela noite de bar em bar, chegando em casa para dormir na hora em que todos estão saindo para trabalhar e só não o faço porque...bem...não sei porque não o faço.
Sou livre também para ir para a cama com quantos homens eu quiser, e convite até que tenho, pelo menos é o que noto nos olhares insinuosos de alguns. Mas não o faço há vinte e um anos, dez meses e dezoito dias, simplesmente porque não quero.
Sou livre para mandar os meus poucos amigos irem plantar batatas, principalmente quando algum deles vem falar groselhas no meu ouvido, mas não o faço porque não tenho tempo nem paciência para arrumar outros. E ninguém é perfeito.
Sou livre para falar quantos palavrões eu quiser, mas não o faço porque não combinariam com meu jeito delicado. Sou uma fina dama.
Sou livre também para fugir de casa, mas convenhamos, é um pouco tarde, e já não teria mais nenhuma graça.
Sou livre enfim para fazer uma pancada de coisas, mas paro por aqui porque a internet é pública, vai que entra aqui uma criança ou adolescente de cabeça ainda não formada, e que faça essas tais coisas sentindo-se autorizado pelas minhas falas. Sou livre para ser irresponsável comigo, mas não com os outros...portanto, crianças, não tentem fazer nada disso em casa.
E finalmente sou livre para xingar Deus de sonoros palavrões, e confesso que já o fiz. Hoje não faço mais, porque estou totalmente apaziguada com Ele, a quem chamo de Pai, Papai, Papaizinho, a quem eu amo e adoro muito muito muito. Saber-me amada por Ele é minha razão de existir.
Então perdoa, Papai, as muitas mancadas que já dei, e que só o Senhor sabe. Sabe aquelas? que nem para o Senhor eu confesso, mas que o Papai sabe? Dou risada quando me apontam defeitos, aqueles defeitos bobinhos, que eu mostro para os outros, os defeitos de plantão. Dá vontade dizer: você quer me criticar? quer apontar minhas falhas? Então senta aí que eu vou lhe contar os meus verdadeiros defeitos, aqueles de arrepiar cabelo de relógio, não essas bobagenzinhas aí de que você está me acusando...
Perdoa, Paizinho, as bobagens que estou fazendo no tempo presente, e o Senhor sabe muito bem do que estou falando...
Perdoa Papaizinho, as bobagens que ainda irei cometer, e não daqui a três anos. Minutos mesmo.
Mas perdoa principalmente Papai, as bobagens que não faço, porque não tenho coragem.
Nada me afasta do amor que tenho pelo Papai. Nada. E tenho certeza total de que se existir a tal da vida eterna, ou ressurreição, ou paraíso aqui ou algures, eu “tô dentro”. Porque apesar de minhas incontáveis mancadas, o Papai não daria essa mancada comigo, jamais, apesar da fala contrária de todos aqueles que me apontam os dedos.
E já que estamos falando neles, perdoa também Papai, os tais dos apontadores de dedos, que sei que o Senhor ama igualzinho a mim.
E amém.

Sem lenço e sem documento


Um caso automutilação chocou a vizinhança da Rua Ruy Pupo Campos Ferreira, no Jardim Londres, em Campinas, no fim da manhã deste domingo de eleição. O jovem Joel Lima de Almeida, de 22 anos, cortou o próprio pênis e, em seguida, decepou a mão direita com uma faca de cozinha. Com muito sangue nas roupas, ele foi encontrado caído no banheiro pelo irmão, Joaquim, que havia chegado do trabalho por volta das 11h30 da manhã.

Até então, nenhum dos vizinhos havia ouvido sequer um grito ou pedido de ajuda vindo da residência. 'Meu pai mora na casa ao lado e tem também o vizinho da frente. Nenhum deles ouviu nada. Se não fosse o irmão pedir por socorro, ninguém ia perceber o que se passava', conta o proprietário do imóvel no qual Joaquim vive e onde Almeida, que o visitava às vezes, foi encontrado, Marcos Antônio Ivanof, de 45 anos.

Segundo ele, quando chegou na casa, que fica nos fundos, encontrou o chão da pequena área externa da residência, em volta do tanque de lavar roupas, repleto de sangue e com a faca e os membros do jovem no chão. O sangue também jorrou nas paredes e as gotas seguiam para dentro da residência, de apenas três cômodos - cozinha, banheiro e quarto - até a cama e também próximo ao vaso sanitário.

Morador da residência ao lado, o sapateiro Norival Machado, de 61 anos, foi quem levou, com seu Uno, o rapaz e os membros decepados para o hospital Celso Pierro. Quando Joaquim o chamou, inicialmente ele não havia entendido exatamente o que havia acontecido. 'Quando vi o garoto sangrando e quase inconsciente, coloquei os dois no banco da frente e corri para o hospital.

Durante o caminho Joaquim perguntou ao irmão duas vezes porque ele havia feito aquilo, e ele respondeu 'Porque Deus quis'', narra o sapateiro. Uma bíblia foi encontrada aberta sobre a mesa, junto a um prato de comida.

fonte: Cosmo On Line
foto: Júlio César Costa
colaboração: Rodney Eloy

Ontem essa reportagem provocou frenesi no twitter. No texto da semana passada na Folha de S.Paulo, Rubem Alves desfi(l)a uma história manjada, porém verdadeira.

O fato é que cada um escolhe algumas passagens bíblicas p/ interpretá-las literalmente. Já me encheram o saco por causa de tatuagem, mas nunca vi ninguém defender o apedrejamento de filhos rebeldes. Teólogos vomitam versículos p/ defender a pena de morte mas são incapazes de construir um arrazoado que produza melhor qualidade de vida física, mental e espiriatual p/ o rebanho.

Como sempre acontece, o tema "sexo" ocupa lugar central. Há quem pregue + s/ a abstinência do que s/ Jesus. Cometem pecado estúpido ao reduzir o cristianismo a uma série de regras.

O resultado pode ser conferido tanto nos gabinetes pastorais qto em consultórios de terapeutas e psiquiatras. A religião é uma das maiores produtoras de neuroses da atualidade. E Deus nada tem a ver com isso.

Via: PavaBlog

sábado, 4 de outubro de 2008

Zona eleitoral

Tá chegando a hora...


Fonte: PavaBlog

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A história das coisas

Vídeo didático legal mostra consequências do hábito consumista e algumas soluções p/ inverter o processo.
colaboração: Samara



Fonte: Pavablog

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O que é ser crente hoje?


Durante muito tempo fomos taxados de excêntricos, retrógrados e demais epítetos que caracterizavam basicamente um estilo de vida incomum para os padrões brasileiros de liberdade e religiosidade. Hoje somos só os crente, os bíblia, os hipócritas, os mentirosos.

Não defendo esta ou aquela denominação, não defendo a minha denominação, o que busco entender é porque estamos tão longe da simplicidade do Evangelho, não é preciso ser nenhum teólogo formado, para saber que o maior desejo de Cristo nas suas entrelinhas
[CO1] era de transformar nosso caráter deformado pelo pecado no caráter de Deus. Mas hoje o caráter é a ultima coisa a ser transformada.

Hoje ser crente é basicamente não ser católico e só! Medo de que? do diabo!? Nada temos medo dos outros crentes, dos "poderosos intocáveis", e, pelo medo, admitimos o pecado dentro da casa. Eu não pretendo ser mais correto, nem levantar a bandeira da santidade convencional, que já está hasteada, só acho que como vocacionados, engolirmos passivos todas essas mazelas hoje, amanhã certamente acordaremos desse sonho que é a "igreja avivada brasileira" (tudo minúsculo, pois não é essa a Igreja Avivada de Deus), perceberemos que tudo não passou de folia e discursos vazios partidos de nós os que sabem como o fazer o bem, mas não o fazemos.

Eu tenho dificuldades para entender a passividade que nós crentes temos de ser verdadeiramente crentes em determinadas situações, penso que as tais situações são motivadas por razões moralmente condenáveis em nosso Livro de Regra tão alardeadamente citado como orientador das nossas decisões, no entanto, elas são fortes o suficiente para serem colocadas em um campo neutro do nosso crivo pseudomoral evangélico.

Uma nova reforma está a caminho, o problema é que os reformadores ainda não se levantaram, e os crentes brasileiros, proponentes dessa reforma se dividem em dois grupos insossos:

[1]Os que não entendem porque são crentes e agem como se não fossem um. Estes estão envolvidos por uma aura que os impede de sentir as dores que nunca deixaram de existir no mundo, e muito menos de se compadecer pelos que sentem essas dores. A vida gira em torno deles e não de Deus.


[2]Os que sabem que são crentes, mas estão entorpecidos demais com tanta "benção" espiritual, tanto mover, tanto vento forte soprando sobre suas frontes, que não são capazes falar aos crentes do primeiro grupo que estão no caminho errado, pois tem medo deles se voltarem contra e perderem a "benção".

Texto de João Carlos [via Sol do Meio Dia]

P.S.: Cara, esse demoniozinho da Tasmânia ilustra muito bem "us crente" de hoje... nervosiiiinhos... [rs]

Fonte: http://thiagomendanha.blogspot.com/2008/09/o-que-ser-crente-hoje.html


[CO1]Não era “nas entrelinhas” e sim abertamente declarado. Ele disse a Nicodemos que ele tinha que nascer de novo.

Pela estrada afora eu vou bem acompanhado

A história de Chapeuzinho Vermelho segundo a mídia brasileira.

JORNAL NACIONAL
(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por lobo na noite de ontem...'
(Fátima Bernardes): '... Mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia'.

PROGRAMA DA HEBE
(Hebe Camargo): '... Que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?'

BRASIL URGENTE
(Datena): '... Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? ! A menina ia para a casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não.'

VEJA
Lula sabia das intenções do lobo.

CLÁUDIA
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.

NOVA
Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.

FOLHA DE S. PAULO
Legenda da foto: 'Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador'.
Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O ESTADO DE S. PAULO
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.

O GLOBO
Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente.

ZERO HORA
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.

AGORA
Sangue e tragédia na casa da vovó.

CARAS
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte, na ilha de Caras)
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: 'Até ser devorada,eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa'

PLAYBOY
(Ensaio fotográfico no mês seguinte)Veja o que só o lobo viu.

ISTOÉ
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

G MAGAZINE
(Ensaio fotográfico com lenhador)Lenhador mostra o machado

SUPERINTERESSANTE
Lobo mau! Mito ou verdade?

Posso ampliar a lista?

Site cristão conservador
Mais uma vez, esquerdistas e liberais estão mancomunados com um lobo.

Site cristão liberal
Fome no mundo leva o lobo a cometer ato de desespero. Ele não tem culpa e já foi libertado.

Revista cristã pentecostal
Pregador da TV ataca o lobo e pede dinheiro para construir uma rede de armadilhas anti-lobos.

Revista cristã tradicional
Teólogos se reúnem para analisar DNA de Chapeuzinho Vermelho. Resultados serão divulgados em 2015.

Ministério de levitas
Nós vamos estar ministrando sobre o lobo e o derramar da unção do mover vai estar se manifestando sobre a vida dessa pessoinha amada de Deus.

Blog pornô gospel
Lobo, vovó, Chapeuzinho e o lenhador discutem a teologia da libertação. Nus e numa cama redonda.

+ alguma contribuição? Nomes implícitos, pls... =)

Fonte: http://pavablog.blogspot.com/2008/10/pela-estrada-afora-eu-vou-bem.html